MP denuncia mais 23 da Tarja Preta. Eles atuavam na prefeitura de Aragarças

O Ministério Público de Goiás ofereceu ao Tribunal de Justiça mais uma denúncia criminal como desdobramento da Operação Tarja Preta, que desmontou, no final do ano passado, um esquema de venda fraudada e superfaturada de medicamentos e equipamentos hospitalares e odontológicos para diversas prefeituras no Estado.

Desta vez, foram denunciadas 23 pessoas pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, inobservância das regras financeiras, dispensa indevida de licitação e fraude de licitação em Aragarças

Os denunciados são o prefeito de Aragarças, Aurélio Mauro Mendes; o procurador-geral de Barra do Garças, Emerson Ferreira Coelho Souza; os secretários de Agricultura e de Saúde de Aragarças, José Carlos Martins Leão e Alex Almeida Leão; a ex-servidora de Aragarças Ilca Maria Granja; a servidora do Setor de Licitação de Aragarças, Suelen Freire de Almeida, e a pregoeira de Aragarças, Daiane Cristina de Oliveira Rohden.

Outros nomes arrrolados na denúncia do MP são os membros da Comissão Permanente de Licitação de Aragarças, Jaime Gomes da Silva, Jarbas Alves de Brito, Jair Lopes da Silva e Flávio Ferreira Coelho Souza; a ex- assistente jurídica do município, Cássia Carmo Farias, e a ex-chefe da Controladoria Interna, Maria Felizarda Ferreira Cabra.

Por fim, foram denunciados o administrador e sócio oculto da J.Médica e Pró-Hospital, Edilberto César Borges; o sócio da Pró-Hospital, Edilberto César Borges Filho; os sócios da J. Médica, Jaciara Garcia Boges e Milton Machado Maia, o sócio da Ideal Hospitalar, Valderlei José Barbosa. Ainda, o representante da Ideal, Domingos Amorim da Silva; o representante da Única Dental, Joel Paulo de Lima; o gerente nacional de vendas da Stock Hospitalar, Wilson Lemos Ferreira, e os representantes e supervisor da Stock, Fernando Bueno Ferreira e Dilermando Gonçalves de Moraes Neto.

Início em 2012

De acordo com as investigações do Ministério Público, o esquema criminoso orquestrado pelos empresários e outros denunciados revelado pela Operação Tarja Preta teve incidência em Aragarças, onde, logo após o início do mandato do prefeito em 2013, passou a funcionar com participação do chefe do Executivo municipal, secretários e servidores dos quadros da prefeitura.

O esquema montado em Aragarças, a exemplo do que ocorreu em outras cidades, teve início com o aliciamento dos futuros agentes públicos – prefeito, secretários e outros – durante a campanha eleitoral de 2012.

Devidamente ajustados, segundo o MP, com a posse do gestor ou servidor, com apoio dos demais membros da organização criminosa, as compras pelo município passaram a ser realizadas, num primeiro momento, de modo informal, sem qualquer controle por parte da administração, por meio do que se convencionou chamar de “vales”.

Posteriormente à compra dos produtos, eram forjados os respectivos procedimentos de licitação e de dispensa destes. Seguiam-se depois as fraudes à licitação e outros atos de corrupção.(Com Imprensa do MP/GO)