Carta divulgada na manhã de ontem (26), supostamente assinada por Tiago Madureira Araújo, refuta as acusações de participação em organização criminosa responsável por depredações em manifestações contra aumento da tarifa do transporte coletivo. Ele seria um dos quatro estudantes com mandado de prisão expedido pela Operação R$ 2,80 da Polícia Civil. Na última sexta-feira (23), Heitor Vilela, Ian Caetano e João Marcos foram detidos e levado à Casa de Prisão Provisória (CPP). Um dos advogados dos rapazes, Francisco Mata, entrou com novo pedido de hábeas corpus e espera resultado positivo até a manhã de hoje.
Na carta encaminhada por Tiago para a imprensa, o estudante afirma que pretende continuar foragido. O advogado disse que não pode confirmar a autenticidade da carta porque, segundo ele, não teve qualquer contato com o rapaz. Mas o documento lista uma série de argumentos contra as acusações da polícia. O texto diz que “todo o inquérito e a decisão judicial, que estão divulgadas na internet, são baseados em suposições” e que “não foi apresentada nenhuma prova objetiva que ligue os jovens à nenhuma das acusações”.
O rapaz afirma que considera as prisões um “abuso” e “decisão política”. Em outro trecho, a carta assinada por Tiago diz que “também é falsa a afirmação de que são membros do movimento estudantil popular revolucionário”. Ele argumenta que ele e os outros colegas presos não participam desse movimento e tem opiniões distintas do movimento em questão. Francisco Mata usa também esses argumentos no pedido de liberdade dos três presos. Segundo ele, não existem provas que liguem os rapazes aos crimes citados. “Esperamos que os desembargadores atendam nosso pedido”.
Delegado responsável pelo caso, Alexandre Lourenço, deve concluir o inquérito para encaminha-lo à justiça até a próxima sexta-feira (30). Enquanto isso não acontece, estudantes se concentram perto à delegacia em Campinas após prisão de colegas (foto).
Mais manifestações
E antes desse prazo, novas manifestações já estão marcadas para ocorrer na Capital. Uma delas, contra a prisão dos jovens está confirmada para 14 horas de hoje na Praça Universitária. O evento criado no Facebook já possuía confirmação de mais de mil participantes até o início da noite de ontem. O grupo organizador se intitula como “Movimento contra a criminalização da luta popular” e prevê outro protesto, agendado para quinta-feira, 29, a partir das 9 horas, em frente a Catedral. Fonte: Jornal O Hoje.
