Justiça Federal determina limitação de presos no regime semiaberto. Diretora de presídio em Goiás é afastada

O Estado terá prazo de 10 dias para limitar para, no máximo 400, o número de presos na unidade na Colônia Agroindustrial do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Além disso, deverá promover a transferência dos detentos mais perigosos para o sistema penitenciário federal, além de realizar mutirões para a análise dos processos. A determinação é do juiz federal Leão Aparecido Alves, da 8ª Vara Federal em Goiás, dada em Ação Civil Pública proposta pela seccional Goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO). O presídio tem capacidade para 468 pessoas, mas abrigava 1.254 detentos.

A decisão foi dada após as duas rebeliões ocorridas na unidade, na segunda-feira (1º) e na quinta-feira (4). No total, nove internos morreram e 14 ficaram feridos e 242 conseguiram fugir, sendo que 87 ainda não retornaram à unidade. No pedido feito pela OAB, era solicitado a interdição total da Colônia Agroindustrial devido às “graves violações aos Direitos Humanos tanto dos internos quanto dos servidores”.

Em sua decisão, o magistrado determinou, ainda, que, em seis meses, o governo deve fazer obras na Colônia Agroindustrial para que o local fique adequado para abrigar os presos do regime semiaberto. Em caso de descumprimento da decisão, a multa é de R$ 50 mil por dia.

Diretora do presídio é afastada

A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) de Goiás determinou o afastamento da diretora da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Edleidy Rodrigues, após a divulgação de um vídeo, supostamente gravado dentro da unidade por detentos.

O vídeo, supostamente gravado no dia 1, mostra detentos usando drogas no interior da unidade, durante o que parece ser uma festa de aniversário. Segundo nota da DGAP, ao tomar conhecimento das imagens, o diretor-geral coronel Edson Costa Araújo determinou a abertura de sindicância para apurar a participação tanto de reeducandos quanto de servidores.

Até o encerramento da apuração, o servidor Álvaro Rosa Silva responderá interinamente pela unidade. A DGAP também acionou a corregedoria para investigar o que ocorreu. (com informações da Agência Brasil de Notícias)