Homem é condenado a 17 anos pela morte da ex-mulher em Quirinópolis

A promotora de Justiça Fernanda Balbinot foi a responsável pela acusação no Júri que condenou na quarta-feira (9/3) Wemerson Vieira por homicídio duplamente qualificado, cometido contra sua ex-mulher. O Conselho de Sentença condenou o acusado de acordo com a argumentação do Ministério Público, admitindo as qualificadoras motivo fútil e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

A sessão do júri foi presidida pelo juiz Felipe Morais Barbosa, que leu a sentença do réu, que o condenou a 17 anos de reclusão, a serem cumpridos em regime inicialmente fechado, além de multa.

Segundo apontado na denúncia, o crime foi praticado pelo ex-marido de Luzia Fernandes Café, motivado pela insatisfação em saber que ela estava em Quirinópolis, local onde ele residia. Incomodado com este fato, o réu deu um prazo para que Luzia deixasse a cidade. Como a vítima não obedeceu a esta “ordem”, ele foi a seu encontro no dia 4 de maio de 2014 e a matou com um disparo de arma de fogo. Consta ainda da denúncia que, após atirar, Wemerson permaneceu ainda um instante olhando o corpo caído da vítima.

Violência contra a mulher
Durante a sessão do júri, a promotora enfatizou a representatividade do julgamento, tendo em vista que a sessão ocorreu um dia depois do Dia da Mulher, data que marca a histórica luta feminina por igualdade de direitos e pelo fim da violência de gênero. Ao promover a acusação, Fernanda Balbinot falou da relevância do papel das mulheres na sociedade, abordando o tema da violência de gênero. Ela destacou ainda a história de violência sofrida por Maria da Penha Maia Fernandes, homenageada quando da criação da Lei nº 11.340/06, mais conhecida como Lei Maria da Penha, importante marco no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher no País.

A promotora pontuou, ainda, que, no Estado de Goiás, o número de mulheres mortas no contexto da violência doméstica tem crescido nos últimos anos. Ela também apresentou dados estatísticos extraídos do Observatório de Segurança Pública, recentemente colocados para consulta no Portal de Apoio à Investigação (PAI) pelo Centro de Inteligência do Ministério Público de Goiás, que apontam a grave crise de segurança pública enfrentada no município. Segundo as informações, a taxa de homicídios em Quirinópolis, calculada segundo metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU), é mais que duas vezes superior à de Goiânia.

A sessão foi encerrada com homenagem do juiz às mulheres e com o alerta de que, “para a violência doméstica, não há desculpa, há lei”. Fonte: MP-GO