Família protesta durante julgamento, pelo TJGO, de recursos propostos por condenados por morte de filha de deputado

O julgamento dos recursos de apelação dos condenados pelo assassinato de Michelle Muniz do Carmo, 30 anos, filha do deputado Luiz Carlos do Carmo (foto), do PMDB, ocorre nesta terça-feira (22/4), às 13h. Para se manifestarem contra os recursos, familiares e amigos de Michelle farão um movimento na entrada do Tribunal de Justiça (TJ) na tarde desta terça-feira (22). A assessoria de imprensa do TJ não soube dizer se o recurso é de todos os condenados, mas segundo o deputado Luiz do Carmo, pai de Michelle, todos os condenados, a não ser Michel Castro, estão recorrendo à decisão.

No dia 1º de novembro de 2012, Johnatan Rosa de Souza, autor do disparo que vitimou Michelle, foi condenado a 27 anos e 6 meses de prisão em regime fechado, pelo crime de latrocínio.  Pelo mesmo motivo, foram condenados Diogo Souza Pinheiro, com 23 anos e 6 meses de reclusão; Luan Henrique Silva Neto e Wesley Veríssimo dos Santos, ambos condenados a 24 anos de prisão. Michel Castro de Jesus, que emprestou a arma, teve imposta a pena de 3 anos e 6 meses de reclusão, que foi substituída por duas restritivas de direito: prestação de serviços à comunidade e pagamento de dois salários mínimos à Comunidade Terapêutica Ebenézer Bom Pastor.

O deputado Luiz Carlos do Carmo, em entrevista ao Jornal Opção Online na manhã desta terça-feira (22), disse se sentir constrangido com a apresentação dos recursos. “Eu lutei tanto para esses bandidos serem condenados, mas ainda assim há uma brecha em que eles podem recorrer de uma decisão fundamentada pelos juízes. Por isso que fica essa impunidade no país”.

De acordo com parlamentar, ele, a família e amigos irão ao TJ em uma manifestação pacífica, pedindo por justiça na decisão dos recursos. Luiz do Carmo se diz chateado, mas ainda crente na Justiça brasileira. “Eu, como deputado estadual, me sinto impotente, porque não posso mudar as leis.” De acordo com ele, o fato dos condenados ainda poderem recorrer à Brasília é um absurdo. “Eles pegaram 24 anos, mas ficam sete no máximo. E a minha filha tinha tantos anos de vida pela frente…”, desabafou.

O deputado estadual, criticando o sistema, afirmou que depois “pessoas assim ainda saem da cadeia e voltam a cometer crimes”. “Eles saem e ainda matam mais gente, destroem mais família. Olha o tanto de gente que morreu depois da minha filha!”

O caso

Michelle do Carmo foi assassinada em abril de 2012 em seu carro, em frente a uma distribuidora de bebidas, na avenida T-63, no Setor Bueno. Michelle foi atingida por um único tiro no braço que atingiu também o peito. O carro que Michelle dirigia, um Honda Civic, havia sido encomendado.

No momento do crime, Diogo entrou no Honda pelo lado do motorista quando Michelle saiu para comprar bebida. Na época, a delegada Adriana Ribeiro explicou a ação da quadrilha, que costumava agir no Parque Santa Cruz e no Parque Flamboyant. “A vítima estava comprando algumas latas de cerveja numa distribuidora de bebidas quando foi abordada por três assaltantes. E na hora da abordagem ela percebeu que um tinha entrado dentro do carro e o outro já estava ao lado. O ímpeto dela foi sair correndo, entrar no carro e falar: ‘- olha, vocês não vão levar meu carro. Se vocês levarem, vão me levar junto’. E nisso, um dos autores, o Dionim, tentou tira-la de dentro do carro e na luta, ele disparou um tiro que foi fatal para ela”, relatou. Fonte: Jornal Opção