Estudo do IMB constata bônus demográfico em Goiás

A população jovem do Estado de Goiás sofreu, nos últimos anos, uma diminuição em sua participação no quantitativo geral (as crianças representavam 41,5% em 1980 e passam para 24%), ao passo que o número de idosos aumenta consideravelmente: a participação daqueles com idade maior que 64 na composição da população total mais que dobrou nas últimas quatro décadas, saindo de 2,9%, em 1980, para 6,2% em 2010. Essa expressiva diminuição de crianças faz com que a população em idade ativa de Goiás aumente sua participação. Em 1980, esse grupo representava 55,6% do total, já em 2010 ultrapassa os 69% da população do Estado.

A transição demográfica desencadeada pela diminuição da mortalidade e da natalidade a partir da década de 1950 é que possibilitou essa drástica alteração na composição populacional. A população infantil foi diminuindo enquanto que os adultos foram se transformando no grupo mais representativo. Nesse cenário, há ainda o aumento considerável do número de idosos. É desse processo que surge o bônus demográfico, que ocorre exatamente quando o número das pessoas com idade entre 15 e 64 anos, denominada de população em idade ativa, supera a parcela da sociedade considerada dependente (pessoas com idade inferior a 15 anos e superior a 64 anos). Essa nova realidade cria grandes possibilidades no que toca à dinamização da economia, às relações sociais e de trabalho. Por outro lado, também exige reflexão e preocupação com o futuro, pois o período do bônus será reduzido, exigindo ações imediatas.

Políticas públicas
Devido à importância de conhecer esse momento singular e oportuno, o Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB/Segplan) desenvolveu o trabalho sobre o Bônus Demográfico. O trabalho, além de elucidar e constatar o fenômeno, pretende gerar subsídios para que o poder público possa melhor se posicionar ao perceber as transformações demográficas vividas pela sociedade. A análise das diferenças regionais em que o bônus ocorre permite determinar quais as áreas que merecem mais atenção. O estudo possibilita implementar vantagens econômicas e minimizar futuros problemas, como, por exemplo, o colapso no sistema previdenciário, além de indicar as ações necessárias para o bom desenvolvimento do Estado.