Contratação de escritórios por municípios foi tema de painel durante seminário sobre a Lei de Improbidade

Juberto Jubé foi um dos palestrantes do evento

Um balanço dos 25 anos de vigência da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429, de 1992), com uma avaliação sobre as conquistas alcançadas e uma reflexão sobre os desafios para avançar ainda mais no enfrentamento do tema. Esse foi o saldo dos debates realizados nesta sexta-feira (15/9), no seminário promovido pelo Ministério Público de Goiás em parceria com o Instituto de Direito Administrativo de Goiás (Idag) e a Escola Superior de Advocacia (ESA), da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO).

Com mais de 200 participantes, o evento abordou tema muito discutido atualmente. Trata-se da existência ou não de improbidade na contratação de escritório de advocacia por municípios.  O caso já entrou várias vezes na pauta do Supremo Tribunal Federal mas não foi concluído ainda o julgamento.  A temática constou de painel apresentado pelo presidente da Comissão dos Advogados Publicistas (CAPUB) da OAB-GO, Juberto Jubé.  Já o procurador do Estado Antônio Flávio de Oliveira abordou a atuação e responsabilidade da assessoria jurídica nas licitações e contratos.

O evento também discutiu questões como o papel do MP na aplicação da norma, a aplicação das sanções previstas na lei, o enquadramento da falta de transparência como ato de improbidade, a atuação do Poder Judiciário nas ações de improbidade, as questões polêmicas que envolvem a norma, entre outros tópicos.

Diagnóstico coletivo

Evento foi realizado no auditório do MP-GO

Ao dar as boas-vindas ao público e palestrantes, o procurador-geral de Justiça, Benedito Torres Neto, destacou justamente a amplitude dos temas que seriam abordados no seminário, salientando que o debate buscaria contribuir para contextualizar a improbidade no atual sistema jurídico brasileiro. Ponderou que, passados 25 anos da edição da Lei de Improbidade Administrativa (LIA), é fundamental fazer um diagnóstico coletivo da evolução desse instrumento normativo no combate à corrupção no Brasil.

Também deram as boas-vindas em nome da organização do seminário o presidente do Idag, Francisco Taveira Neto, e o diretor da Escola Superior de Advocacia, Rafael Lara Martins. Ambos ressaltaram o marco histórico do debate sobre a legislação e enfatizaram a importância da edição da norma para a evolução do Direito Administrativo no País.

Francisco Taveira pontuou o fato de o tema estar sendo colocado à discussão num momento tão relevante para o Brasil, em que o enfrentamento à improbidade ganha contornos grandiosos. Embora lembrando outras ferramentas legais que passaram a vigorar nesse período em apoio à LIA, Taveira Neto reforçou ser a norma ainda a que traça as diretrizes, os caminhos a serem seguidos em busca da prevalência da moralidade na gestão pública.