Caso Martha Cozac: adiada data do julgamento do PM acusado do crime

Em julgamento realizado nesta terça-feira (16), os integrantes da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) votaram pelo adiamento da sessão do Tribunal do Júri que julgaria os acusados pelo crime de assassinato da empresária Martha Cozac e do sobrinho dela de 11 anos, Henrique Talone – ocorrido em 1996. A sessão estava marcada para o dia 8 de outubro, mas foi cancelada, por meio de concessão de Habeas Corpus impetrado pela defesa de um dos acusados, o policial militar Alessandri da Rocha Almeida.

O pedido foi feito com a alegação de que ainda existem pendências de recursos constitucionais em instâncias superiores, como no Superior Tribunal de Justiça (STJ). No entendimento dos integrantes da 2ª Câmara Criminal, o julgamento terá de ser adiado até que sejam concluídos todos os recursos em tramitação no STJ, em Brasília. A relatoria do processo é do desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, que presidiu a sessão.

Indeferimento

Alessandri foi mandado a júri pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, que indeferiu anteriormente o mesmo pedido feito pela defesa no TJGO ante, segundo ele, a existência de certidão nos autos de que o recurso no STJ já foi julgado e a decisão de pronúncia também já transitou em julgado. Além do mais, o juiz complementou, em despacho, que o recurso no STJ não tem efeito suspensivo e nem foi concedida suspensão do andamento do processo criminal pelo ministro relator daquela Corte Superior, não tornando óbice a realização do júri na data marcada.

Caso
A empresária Martha Cozac e o sobrinho dela, Henrique Talone, foram mortos a facadas no dia 7 de outubro de 1996, no interior da confecção Última Página, de propriedade de Martha, localizada no Setor Sul, em Goiânia. De acordo com denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), após cometerem o crime, o policial militar Alessandri da Rocha Almeida e Frederico da Rocha Talone roubaram documentos, cartões de crédito e de banco da vítima, aparelho de som, joias, dinheiro, além de um cheque preenchido, assinado e endossado por Martha no valor de R$ 1,5 mil. Empregado de Martha Cozac, Frederico era responsável por serviços de contabilidade da empresa e tinha acesso à senha pessoal da conta dela.

Frederico era empregado de Martha, responsável por serviços de contabilidade da empresa, e tinha acesso à senha pessoal da conta dela. Consta da denúncia que, no dia do crime, Martha havia chegado de viagem a Cristalina e telefonado para Frederico, pedindo que ele comparecesse à confecção no dia seguinte, para que entregasse cheques de terceiros que estavam sob a sua guarda.

De acordo com o MP, Frederico e Alessandri foram à confecção no mesmo dia, por volta das 23 horas. Martha abriu o portão da residência – a confecção funcionava no mesmo imóvel em que ela morava – para eles. Os dois, então, aplicaram-lhe golpes de artes marciais em regiões vitais do corpo, amarraram-lhe as mãos e os pés e, em seguida, aplicaram golpes de faca. Henrique Talone, sobrinho de Martha, foi morto em seguida, por ter presenciado o crime. Fonte: TJGO